1. |
Fricção
04:49
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Suspirar
E não existir
Não sentir
Não pensar
Não falar ou rir de tudo que vivi
Mas abro a janela d’alma e lembro de
Caminhar e prosseguir
Pro outro dia ser melhor
Quanto tempo o coração vai levar?
Respirar
E existir
Sentir o sopro em mim
Mergulhar em sonhos
Acordar no chão
Em um concreto vivo, um convite à ação
E sob a luz do dia, lembro de
Caminhar e prosseguir
Pro outro dia ser melhor
Quanto tempo o coração vai levar?
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2. |
No Túnel
05:28
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Diz pra mim que a alegria vai voltar
Esse medo tão febril não me deixa em paz
Hoje estou dentro de um túnel sem fim
Soterrado em versos que eu não escrevi
Distante sonho que alimenta a madrugada imensa do meu pensamento
Sombras de um enfermo passado engolem o que se tenta insurgir
Ontem senti medo ao imaginar que a saída é uma alucinação
Longe, uma estrela a brilhar, que alimenta a minha solidão
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3. |
Casa Abandonada
03:56
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O que era cimento virou vidro
Para passos sem cuidado
O cano está vazando
Pensamentos incubados
Como a infiltração quando a chuva cai
Desejando se sentir seguro com fios soltos por aí
Soterrando sentimentos que vão fazer a casa cair
Levantando um muro de lamentos por perceber que não é mais tão jovem
Com o mundo aos seus pés
Talvez você queira derreter seu salário
Ou se trancar no armário
Subverter todas as regras
Gastar seu réu primário
Deixar o mofo todo impregnar
Desejando se sentir seguro com fios soltos por aí
Soterrando sentimentos que vão fazer a casa cair
Levantando um muro de lamentos por perceber que não é mais tão jovem
Com o mundo aos seus pés
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4. |
Paulo Advogado
05:36
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Eu vou ceder, não aguento mais
Essa pressão por diversão com tanto ‘mas’
A vida pune a razão
De quem fala demais sobre o coração tão contumaz
Filho, filho, quem te faz tão mal?
Se fui eu, eu posso te ajudar
A vida é tão longa
A vida é tão longa, sim’
A cama enorme me assombra
O teto que move
O cravo que insiste em entrar
Eu não sinto que sou alguém
Eu não sinto que sou ninguém
Eu não estou em paz
Nem pra falar ou vaticinar o que sou
Meu bem, meu bem, quem te faz tão mal?
Esquece de ontem, vem mais carnaval
A vida é tão longa - a vida é tão longa, sim
A vida é tão longa - a vida é tão longa, sim
A vida é tão longa - a vida é tão longa, sim
A vida é tão longa - a vida é tão longa, sim
Não se vá daqui, não se vá daqui
Não se vá daqui, não se vá daqui
Eu vou morrer, não aguento mais
Tanta pressão por uma paixão
Eu estou em paz
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5. |
Polaramine
03:30
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Entre ser peão ou sonhador
Prefiro um começo
Um preço em suspensão
Nem espero mais a intuição
Só digo “não perca meu endereço”
Enquanto eles olham pra julgar
Escondo as cartas que não sinto expôr
O espelho fundo e o inverso
O meu futuro é um só
E quem de nós pode ser seu rei?
O tempo que se perde entre os sons
Dos sinos diários no caos deste bairro
E quando eles querem suplicar
Escondo as cartas que não sinto expôr
Pra não tombar o teto e o chão
O teu futuro é um só
E quem sou pra fingir ser rei?
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6. |
Viagem a Trabalho
05:30
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Voltar
Ao começo de um outro dia
Em um ano de alto risco
Sinto
Que não consigo te encontrar
Na maré pela janela
Não, não deixe a vida pra trás
Dê mais um tempo pra pensar
Espanta
Os fantasmas que se alimentam
Das escolhas que não fez
Não, não deixe a vida pra trás
Dê mais um tempo pra pensar
Não, não deixe o tempo passar
Com uma viagem a trabalho
Não, não deixe o tempo passar
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7. |
Mais Forte que o Sol
04:12
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Súbita alucinação aflora
E com o passar das horas
Me afoga em frenesi
Palavras que desaguam a realidade
Uma lobotomia pra viver o mundo novo
Não há nenhum poder que vai fazer
Você se tornar
Rei ou anti-herói
Ou um homem no deserto
Nada mais que
Um filme obliterado
Inautêntica memória
de elipses sem razão
Ninguém vai te dizer a falta que faz
A tua razão
Se quiser morrer
Com flores no deserto
Se a tua fantasia iluminar
Mais forte que o sol
Você vai enxergar
O dono de um deserto
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8. |
Fina Solidão
05:46
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Insisto em outro dia
E esse caos da idade não
Como posso lembrar se me tiram as memórias?
Sem pesar e com as mãos tão frias
Fina solidão
Na espera de outros dias
Me fechando para a vida
De certezas só pro não
Mas se o dia não vem
Sinto o medo me guiar
Esquecido em outras histórias
Que talvez não fossem mais tão minhas
Fina solidão
Na espera de outros dias
Me fechando para a vida
De certezas só pro não
Nunca mais vai ser natural
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